Pontes e estações de alta velocidade em Gaia e Porto “propositadamente omitidas” 

Após a assinatura do contrato da denominada PPP1 (parceria público-privada) da fase 1 da ligação Porto-Lisboa, a Organização Regional do Porto do PCP afirmou que vai questionar o Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, sobre as pontes e estações de alta velocidade em Gaia e no Porto.

Julho 29, 2025

O PCP/Porto acusou esta terça-feira o Governo de “propositadamente omitir” informações sobre as pontes e estações de alta velocidade de Gaia e Campanhã (Porto) durante a cerimónia de assinatura do contrato de concessão que ocorreu esta terça-feira.

Após a assinatura do contrato da denominada PPP1 (parceria público-privada) da fase 1 da ligação Porto-Lisboa, a Organização Regional do Porto do PCP afirmou que vai questionar o Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, sobre as pontes e estações de alta velocidade em Gaia e no Porto.

Entretanto, e já depois da assinatura do contrato, a Infraestruturas de Portugal – IP e o Banco Europeu de Investimento (BEI) revelaram em comunicado informações sobre estas estações de alta velocidade.

Num comunicado enviado à Lusa, os comunistas dizem ainda que vão questionar Pinto Luz sobre as “alterações fundamentais” ao projeto original e as alegadas “negociações de corredor entre o consórcio e autarquias, sem que a IP e o Governo assumissem publicamente o seu papel e responsabilidade no processo”.

Os comunistas consideram que o processo de alta velocidade se trata de um “jogo de pressões, chantagens e manobras” por parte do consórcio LusoLav (atual AVAN-Norte) que acusam de, após ter vencido o concurso público, “procurar redefinir o projeto conforme os seus interesses, alterando traçados e localizações de estações à margem das populações e do necessário debate transparente”.

Sobre a ausência de informações durante a apresentação desta terça-feira, o PCP considera que esta revela “a discrepância entre o discurso de transparência e a prática efetiva, levantando legítimas dúvidas sobre o real compromisso com um processo verdadeiramente participativo e informado”.

Após a assinatura do contrato desta terça-feira, a IP e o Banco Europeu de Investimento (BEI) informaram em comunicado que a primeira concessão da alta velocidade ferroviária prevê uma nova estação em Santo Ovídio, em Gaia.

“Promovido pela Infraestruturas de Portugal (IP), o troço Porto–Oiã incluirá 71 km de nova infraestrutura ferroviária de alta velocidade; nova estação em Santo Ovídio (Vila Nova de Gaia), adaptação da Estação de Campanhã para serviços de alta velocidade; nova ponte sobre o rio Douro; ligações à Linha do Norte perto de Canelas e nova subestação de tração elétrica na zona de Estarreja”, lê-se na nota enviada.

No primeiro troço da linha de alta velocidade estava previsto, no caderno de encargos, a construção de uma ponte rodoferroviária com dois tabuleiros sobre o rio Douro, a reformulação da estação de Porto-Campanhã e a construção de uma nova estação subterrânea em Santo Ovídio (Gaia).

Porém, em abril, o consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto), a quem foi adjudicada a conceção, construção, financiamento e manutenção da linha, apresentou à Câmara de Gaia uma solução alternativa (não excludente da original), com alterações no traçado, a construção de duas pontes em vez de uma sobre o rio Douro e a estação de Gaia em Vilar do Paraíso em vez de Santo Ovídio.

A linha de alta velocidade deverá ligar Porto e Lisboa numa hora e 15 minutos em 2032, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria, e o percurso Porto-Vigo (via aeroporto do Porto, Braga, Ponte de Lima e Valença) em 50 minutos, em 2032.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030 e a segunda (Soure-Carregado) em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

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