Requalificação da escola Pires de Lima para músicos do Porto sem data definida

O concurso público para a requalificação da escola Pires de Lima, no Porto, escolhida para albergar músicos que ensaiavam no Centro Comercial Stop, está sem data definida para ser lançado.

Setembro 11, 2025

O concurso público para a requalificação da escola Pires de Lima, no Porto, escolhida para albergar músicos que ensaiavam no Centro Comercial Stop, está sem data definida para ser lançado, de acordo com fonte oficial da câmara municipal.

“A intervenção assumirá um carácter de reabilitação mais profunda do que o inicialmente previsto, obrigando, por isso, a uma reavaliação dos trabalhos a contemplar no projeto de execução — necessário para o lançamento do concurso de empreitada”, pode ler-se numa resposta de fonte oficial da Câmara do Porto a questões da Lusa.

Num esclarecimento adicional, a mesma fonte adicionou que, para já, devido a essa avaliação, a autarquia não está “em condições para definir uma data” para o lançamento do concurso da requalificação do espaço, confirmando, porém, que tal já não sucederá no atual mandato autárquico, que terminará na sequência das eleições autárquicas de 12 de outubro.

“Durante o desenvolvimento do projeto das especialidades foi identificada a necessidade de reforço estrutural, devido à sobrecarga que o programa incrementa”, justifica a Câmara do Porto.

Em 27 de janeiro, o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, avançou que o concurso de empreitada para a criação de estúdios de música na Escola Pires de Lima deveria ser lançado no segundo semestre deste ano.

Esta quinta-feira, na resposta à Lusa, fonte oficial da Câmara do Porto adiantou algumas especificidades sobre o projeto em causa, referindo que “a área de intervenção do projeto, designado por Instalações Provisórias para Músicos, corresponde ao perímetro dos blocos 1, 2 e 3 da Escola Pires de Lima”.

“Nesta zona da escola serão realizadas obras no interior dos edifícios, bem como nos pátios e terraços, com o objetivo de adaptar estas estruturas ao novo programa funcional”, refere a autarquia.

O projeto inclui a “a criação de 22 salas de ensaio e uma sala de orquestra de câmara com arrumos dedicados”, e o restante programa “contempla áreas de apoio, tais como uma área administrativa e gabinetes de trabalho, sala de reuniões, copa com zona de descanso para o “staff”, um armazém geral e arrumos de apoio direto às salas de ensaio adjacentes e, por fim, instalações sanitárias”.

“Será introduzida a instalação de dois monta-cargas, com diferentes dimensões e capacidades, de forma a assegurar a funcionalidade e acessibilidade dos espaços”, prevendo-se ainda que “a instalação das salas de ensaio (e demais espaços inerentes ao programa) a implementar no interior do edifício não descaracterizem a linguagem arquitetónica do conjunto, que se pretende, naturalmente, preservar”.

A escola Pires de Lima foi a solução apresentada pelo município aos músicos em alternativa ao centro comercial Stop, que foi encerrado em julho de 2023 por ordem da Câmara mas reabriu em agosto, embora com menos atividade.

Em janeiro de 2024, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, esclareceu que o projeto da escola Pires de Lima estava a ser desenvolvido e exibiu, durante uma reunião do executivo, a maquete do edifício.

Também Pedro Baganha afirmou, à época, que não existiam desenhos atualizados da escola e que teve de ser feito “um levantamento integral do edifício” e que o município estava a terminar a contratação de um consultor em acústica e espaços de ensaios, adiantando que as patologias mais evidentes do edifício, como a entrada de chuva e infraestruturas partidas, estavam resolvidas.

O espaço central, que será desenvolvido numa segunda fase do projeto, também contará com estúdios de gravação e espaços de armazenamento de material.

À data, Pedro Baganha já tinha dito que este era um “projeto completamente atípico”, recusando-se a comprometer-se com prazos, mas disse ter a expectativa de que no final de 2024 os músicos pudessem ocupar as primeiras torres, o que não veio a acontecer.

“Nunca fizemos nada disto, temos de ir desbravando caminho”, alertou então o vereador.

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