“A via fluvial tem um potencial enorme, mas deve ser visto como transporte público”, afirmou Rui Moreira durante a sessão da Assembleia Municipal do Porto.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerou esta segunda-feira “um desperdício” não se avançar com o transporte fluvial no rio Douro, via com “um potencial enorme” para o transporte público.
“A via fluvial tem um potencial enorme, mas deve ser visto como transporte público”, afirmou Rui Moreira durante a sessão da Assembleia Municipal do Porto.
Interpelado pelo deputado Rui Sá, da CDU, sobre a travessia fluvial entre a Afurada, em Gaia, e o Cais do Ouro, no Porto, que se encontra suspensa desde 2020, o autarca independente lembrou que o transporte foi delegado, por deliberação da Assembleia Municipal, nas competências da Área Metropolitana do Porto (AMP).
“A STCP Serviços não pode atuar naquilo que foi delegado a outrem. Esperemos que a Área Metropolitana do Porto faça alguma coisa”, disse, exemplificando que o transporte fluvial poderia ziguezagueando entre o município de Gondomar e a Foz do Douro no Porto.
“É um desperdício não o fazer”, considerou.
O tema foi levantado durante a discussão do contrato-programa entre o município e a STCP Serviços, que foi aprovado por maioria, com o voto contra da CDU e a abstenção do PS e BE.
Em julho de 2022, a AMP aprovou delegar ao Porto e a Gaia competências sobre o transporte fluvial no rio Douro, permitindo à STCP Serviços lançar um concurso para a travessia Afurada — Ouro.
Nesse verão, a travessia foi retomada em regime excecional durante as festas de S. Pedro e o Festival Meo Marés Vivas.
Já em junho de 2023, o presidente da AMP e da Câmara de Gaia, Eduardo Vitor Rodrigues, disse duvidar da viabilidade financeira da travessia entre a Afurada e o Cais do Ouro, apontando um investimento inicial de 1,2 milhões de euros.
“O nível de exigência legal para uma embarcação iniciar uma operação e um procedimento contratual é de tal ordem que eu não consigo antever, no estudo económico-financeiro, nenhuma viabilidade para uma travessia”, disse o autarca.
Em maio, Eduardo Vítor Rodrigues já tinha dito que os municípios de Vila Nova de Gaia e do Porto equacionavam atribuir, durante o verão, uma licença precária a uma embarcação para assegurar o transporte fluvial de passageiros no rio Douro.