O diretor de Arquitetura declarou que 2026 vai ser “um ano de consolidação” da arquitetura no contexto artístico de Serralves e afirmou que a exposição “O Século de Gehry” vai ser o “blockbuster”.

Exposições sobre Frank Gehry, a Coleção Duerckheim e uma retrospetiva dedicada ao realizador Miguel Gomes são alguns dos destaques da programação para 2026 que a Fundação de Serralves anunciou esta terça-feira, no Porto, sob o mote “Novos Horizontes”.
“O Século de Gehry” é uma exposição original que Serralves apresenta entre maio e novembro do próximo ano e que celebra a “vasta obra e a vida” do arquiteto Frank Gehry (1944-2025), conhecido como um dos “grandes mestres da arquitetura contemporânea”, disse esta terça-feira o diretor de Arquitetura da Fundação de Serralves, António Choupina.
António Choupina declarou que 2026 vai ser “um ano de consolidação” da arquitetura no contexto artístico de Serralves e afirmou que a exposição “O Século de Gehry” vai ser o “blockbuster”.
A exposição, organizada em parceria com o ateliê Gehry Partners e a Fundação Getty, reúne maquetas, desenhos, fotografias, mobiliário e esculturas para explorar 26 projetos do arquiteto, desde a casa que construiu para si próprio em Santa Monica, na Califórnia, até aos seus edifícios em Bilbau, Toronto, Paris ou Abu Dhabi.
Segundo António Choupina, após a recente morte do arquiteto canadiano, em 05 de dezembro, a família demonstrou vontade a Serralves de que a exposição se mantivesse.
“Vai ser uma celebração da obra e, no fundo, da sua vida, que transformou o mundo ao longo dos 70 anos”, acrescentou.
A exposição “Aflição de Espírito” da Coleção Duerckheim é outros dos destaques da programação de Serralves para 2026, disse o diretor do museu, Philippe Vergne, elencando outros artistas como o pintor e escultor coreano Lee Ufan ou a norte-americana Jenny Holzer que traz a “sua primeira grande exposição a Portugal e que aborda temas como a violência, poder e justiça social”.
“Aflição de Espírito”, que reúne obras da Coleção Duerckheim, que no ano passado depositou dezenas de peças em Serralves, vai estar patente entre maio e novembro de 2026 e vai revelar obras reunidas pelo colecionador ao longo de quatro décadas, oferecendo “uma leitura profunda sobre a história recente da humanidade e sobre o papel do artista perante desastres de guerra e a responsabilidade face ao mal”, lê-se no Plano de Atividades de 2026.
Sob o mote “Novos Horizontes” para expressar uma programação multidisciplinar que articula arte, arquitetura e paisagem, Serralves também aposta no cinema.
O diretor da Casa do Cinema Manoel d”Oliveira, António Preto, disse que a programação de 2026 vai chamar a atenção para a importância que o cinema português tem e como é fundamental “continuar a ser apoiado publicamente”, destacando a retrospetiva integral do realizador português Miguel Gomes.
A exposição sobre o cineasta, que assinou filmes como “Tabu” ou “As Mil e Uma Noites”, vai estar patente na Casa do Cinema entre outubro de 2026 até março de 2027 e centra-se no processo de realização, através de fotografias, sequências de rodagem e numa “vasta coleção de materiais inéditos”.
Já a diretora do Parque de Serralves, Helena Freitas, explicou que a programação do Parque para 2026 é “imensa” e aborda três grandes eixos que são a “conservação, programação e a educação e ciência”, esta última “para uma literacia científica mais ampla”.
2026 em Serralves volta a trazer eventos como o Serralves em Luz e o Serralves em Festa.
Na sua primeira intervenção como presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves, Manuel Ferreira da Silva, disse esta terça-feira que estava “muito entusiasmado com a programação” depois de um ano que representou o “início de um novo ciclo”.