Outros indicadores de serviço também registaram diminuições em 2024, como foi o caso das horas de serviço e dos veículos quilómetro.
A taxa de cumprimento de serviço dos autocarros da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) diminuiu 5,6 pontos percetuais desde 2021, apontando a empresa aos condicionamentos de trânsito como uma das causas para quebras no último ano.
Segundo dados disponíveis no Relatório e Contas da STCP, a taxa de cumprimento do serviço passou de 94,8% em 2023 para 92,0% em 2024, uma descida de 2,7 pontos percentuais, indicador que já tinha diminuído de 96,2% para 94,8% entre 2022 e 2023 e de 97,6% para 96,2% entre 2021 e 2022.
A taxa de cumprimento do serviço “corresponde ao rácio entre o número de viagens efetivamente realizadas e o número de viagens previstas”, explica fonte oficial da STCP em resposta à Lusa, e reflete “o grau de execução da oferta planeada, considerando diversos fatores operacionais, como a disponibilidade de motoristas e viaturas, bem como as condições de circulação”, aponta.
Questionada por que motivo desceu 2,7 pontos percentuais num ano, a mesma fonte referiu que a redução se deve sobretudo “a constrangimentos operacionais ocorridos ao longo do ano, nomeadamente os condicionamentos de trânsito mais frequentes e prolongados, em especial em zonas urbanas sujeitas a obras ou com elevada pressão rodoviária”.
Outros indicadores de serviço também registaram diminuições em 2024, como foi o caso das horas de serviço (de 1.449 milhões para 1.396 milhões, menos 3,6%) e dos veículos quilómetro (22.323 milhões para 21.250 milhões), a unidade de medida correspondente ao movimento de um veículo por quilómetro.
Questionada por que motivo desceram estes indicadores, se até se registou um aumento do efetivo e pessoal tripulante, a STCP refere que, “embora o número total de motoristas tenha aumentado, passando de 944 em 2023 para 983 em 2024, o efetivo médio ao longo do ano foi inferior — de 961 em 2023 para 950 em 2024”.
“A maioria das admissões de motoristas em 2024 ocorreu nos últimos meses do ano, pelo que o impacto no serviço foi ainda limitado”, o que segundo a empresa “ajuda a explicar a diminuição registada nas horas de serviço, veículos.km e lugares.km”, que também dimiuíram 4,1%, de 1,88 mil milhões em 2023 para 1,79 mil milhões em 2024.
A taxa de absentismo do pessoal tripulante também aumentou, de 12,7% em 2023 para 14,1% em 2024 e o “absentismo resulta, em mais de 99% dos casos, de baixas por doença e faltas justificadas, incluindo as associadas a greves”, refere fonte da STCP, acrescentando que “não se registaram alterações estruturais relevantes no regime de horários que expliquem o aumento”.
A STCP também transportou menos 3,7% passageiros que em 2023 (71,6 milhões face a 74,3), dos quais 70,8 milhões de autocarro.
Quanto à extensão dos corredores BUS na rede da STCP, esta diminuiu em 2024 em 1,9 quilómetros (passando de 25,2 para 23,3), defendendo a transportadora que a redução “não resulta, necessariamente, da eliminação total de corredores existentes”.
“Trata-se, antes, de reconfigurações pontuais de traçado, feitas em articulação com os municípios e autoridades de transporte”, garantindo continuar “empenhada, em estreita colaboração com as câmaras municipais, na promoção e reforço das faixas BUS, reconhecendo a sua importância estratégica para a melhoria da eficiência do serviço”.
Por outro lado, a transportadora aumentou significativamente a operação Via Livre, que consiste na competência de fiscalizar o estacionamento indevido, tendo aumentado em 36% o número de multas (2.303 em 2023 para 3.130 para 2024), em 541% as intervenções pedagógicas (95 para 609) e em 56% as medidas corretivas (2.398 para 3.739, incluindo multas e advertências).
“O reforço da operação Via Livre tem precisamente como objetivo mitigar os impactos negativos na regularidade e pontualidade do serviço de autocarros”, refere a STCP, sendo uma medida que, segundo a empresa, “contribui diretamente para a melhoria da taxa de cumprimento e da qualidade global do serviço prestado pela STCP”.
