TMP quer lançar ligação fluvial entre Porto e Gaia antes do São Pedro da Afurada

Haverá “ligações de meia em meia hora das 07:00 até à meia-noite”.

Maio 30, 2025

A ligação fluvial entre o Cais do Ouro, no Porto, e a Afurada, em Gaia, terá um projeto-piloto de três meses que a Transportes Metropolitanos do Porto quer pôr a funcionar antes do São Pedro, foi hoje divulgado.

Durante uma apresentação feita pelo presidente da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), Marco Martins, na reunião de hoje do Conselho Metropolitano, o responsável confirmou que “não pode haver já um concurso” para o serviço, pelo que “para resolver o problema vai ser feito um estudo piloto já este verão”, com o objetivo de “começar ainda antes do São Pedro da Afurada, que é de 28 para 29 de junho”.

Segundo Marco Martins, o projeto para ligar o Cais do Ouro, no Porto, e a Afurada, em Vila Nova de Gaia, deverá decorrer até final de outubro “para ter alguma amostragem durante o período do verão e depois do período do verão”.

Haverá “ligações de meia em meia hora das 07:00 até à meia-noite”, disse.

Depois de decorrido o projeto-piloto, o estudo “irá naturalmente dizer qual é a possível procura, a viabilidade económica e outros locais” ao longo de Gaia, Porto e Gondomar.

Em causa está nomeadamente “a ligação entre a Ribeira do Porto e o Cais de Gaia” e “mais a montante uma ligação entre Gramido e Avintes”, e depois “uma eventual ligação que possa vir pelo menos desde a zona de Gramido, passar no Freixo, tocar em Oliveira do Douro e depois ligar à Ribeira do Porto e Gaia”.

“Mas isto será para 2026, depois deste estudo”, referiu o responsável.

Segundo o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) que hoje cessou funções, Eduardo Vítor Rodrigues, em causa está um trabalho que decorre há cerca de um ano “entre o Porto e Vila Nova de Gaia e a Área Metropolitana”.

“Isso é um serviço que existiu no passado, que deixou de existir porque infelizmente não houve interessados e as exigências legais hoje para ter um barco a fazer esta travessia são muitíssimo complexas. Faz sentido um projeto-piloto”, disse aos jornalistas o também presidente da Câmara de Gaia.

O projeto “durante estes próximos três meses permitiria perceber como financiar as novas exigências que agora são postas às embarcações que têm de atravessar o rio”.

Eduardo Vítor Rodrigues salientou que “surgiu, da parte de forças políticas no município do Porto, a sugestão de considerar aqui também o contexto de Gondomar e fazer uma espécie de rebatimento às margens de Gondomar até à Afurada”.

“Aquilo que o presidente Rui Moreira sugeriu foi que a STCP Serviços fizesse o Estudo económico-financeiro de tudo isso. O município de Gaia está a jogo para esse processo, indubitavelmente”, disse, mas chamou à atenção que “esse processo vai implicar não apenas uma concessão, mas vai implicar investimentos significativos na criação de estruturas de acostagem de embarcações”.

Em 20 de maio, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, anunciou que a autarquia iria pedir um estudo de procura sobre a travessia fluvial do Douro entre o Porto, Vila Nova de Gaia e Gondomar, na sequência de uma recomendação apresentada pela CDU.

“Aquilo que para nós neste momento é fundamental é a travessia da Afurada. Que isso abra caminho para futuros desígnios, excelente. Que os futuros desígnios empecilhem o caso da Afurada, isso é que não pode acontecer e estamos absolutamente empenhados em garantir a travessia na Afurada e ao mesmo tempo em projetar um futuro melhor”, assegurou Eduardo Vítor Rodrigues.

A travessia entre o Cais do Ouro e a Afurada, efetuada pela embarcação Flor do Gás, foi suspensa em 2020, mas a travessia foi retomada no verão de 2022, em regime excecional, durante as festas de São Pedro e o Festival Marés Vivas.

Partilhar

Pub

Outras notícias