Depois de até ao início de julho terem sido anunciadas 11 candidaturas à liderança da autarquia, o independente António Araújo está fora da “corrida” por irregularidades e Aníbal Pinto (Nova Direita) desistiu.
Uma dúzia de candidatos está na luta à sucessão de 12 anos do independente Rui Moreira à frente da Câmara do Porto, entre os quais três membros da sua equipa em candidaturas diferentes e um ex-presidente.
Depois de até ao início de julho terem sido anunciadas 11 candidaturas à liderança da autarquia, o independente António Araújo está fora da “corrida” por irregularidades e Aníbal Pinto (Nova Direita) desistiu.
Foram entretanto anunciadas três novas candidaturas, no caso as de Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS), e o ex-presidente Nuno Cardoso, que inicialmente se apresentou como independente, passou formalmente a concorrer pela coligação Porto Primeiro (NC/PPM).
A estas candidaturas juntam-se as já anunciadas de Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), Filipe Araújo (independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre) e Miguel Corte-Real (Chega).
Assim, totalizam-se 12 candidatos à sucessão de Rui Moreira, que fecha o ciclo de três mandatos iniciado em 2013, e que tem na sua atual equipa três candidatos: a vereadora Catarina Araújo integra a lista de Pedro Duarte, o vereador Fernando Paulo a de Manuel Pizarro e o vice-presidente Filipe Araújo lidera uma candidatura independente.
Manuel Pizarro (PS), médico e ex-ministro da Saúde, já se candidatou por duas vezes (2013 e 2017) e ficou em segundo lugar em ambas, prometendo agora 5.000 casas a renda moderada para classe média e jovens e um programa de reabilitação urbana, tendo ainda a mobilidade e segurança como prioridades.
Diana Ferreira, da coligação PCP-PEV (CDU), é psicóloga e foi deputada à Assembleia da República entre 2014 e 2023, afirmando como focos da candidatura a defesa do direito à habitação, a reabilitação urbana e o combate à entrega da cidade aos interesses económicos e dependência do turismo.
Nuno Cardoso, engenheiro, presidente da autarquia entre 1999 e 2001 pelo PS, avança fazendo parte da coligação Porto Primeiro – Nós, Cidadãos! (NC) e Partido Popular Monárquico (PPM), elegendo a habitação, mobilidade e a “questão sénior” como os “três principais eixos”.
Pedro Duarte, jurista e ex-ministro dos Assuntos Parlamentares, lidera a coligação Porto Somos Nós, do PSD, CDS-PP e IL, e prometeu transportes gratuitos para todos os residentes por 25 milhões de euros anuais, bem como a plantação de 15 mil árvores.
Já Sérgio Aires (BE), sociólogo, vereador sem pelouro desde 2021, propõe “uma governação que combata o empobrecimento, promova o direito à cidade para todas as pessoas e enfrente a especulação imobiliária”.
O único candidato independente (movimento Fazer à Porto) é o atual vice-presidente da autarquia, Filipe Araújo, engenheiro que integra a equipa de Rui Moreira desde 2013 e é agora apoiado pelo PAN, tendo já anunciado o aumento até 2.000 casas no parque habitacional e a duplicação do número de agentes da Polícia Municipal se for eleito.
O estudante Guilherme Alexandre Jorge avança pelo Volt e traçou como prioridades a habitação, mobilidade, feminismo e participação democrática dos cidadãos.
O Livre candidata à Câmara do Porto o programador cultural Hélder Sousa, que propõe criar 30% de habitação pública nos próximos 10 anos, dando ainda prioridade à mobilidade, ecologia e direitos humanos.
Já Miguel Corte-Real (Chega), gestor e ex-líder do grupo do PSD na Assembleia Municipal, defende que a habitação pública existente na cidade é suficiente para quem precisa e pretende canalizar a receita da taxa turística para pagar o conforto de quem vive na cidade, defendendo o alargamento da renda apoiada à classe média.
Pelo partido Alternativa Democrática Nacional (ADN), o jornalista Frederico Duarte Carvalho dará importância a temas “mais óbvios” como o acesso a habitação, desejando que o Porto deixe “aquela coisa de segunda cidade do país”, já que sempre “deu exemplos de leis que podem e devem ser usadas em Lisboa e no país inteiro”.
A professora Maria Amélia Costa, do Partido Trabalhista Português (PTP), apresentará medidas assentes em “quatro linhas de intervenção”: criação de mais emprego; melhoria do acesso a habitação; melhoria da qualidade de vida e ação social, defendendo ainda a gratuitidade dos transportes públicos.
O empresário da área da transformação digital Luís Tinoco Azevedo, do Partido Liberal Social (PLS), defende mais poder para os municípios “e não tanto para estas camadas intermédias das regiões e das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional”, bem como “um poder mais próximo dos cidadãos”, apontando ainda à habitação e aos transportes.
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
O movimento de Rui Moreira lidera também na Assembleia Municipal, mas sem maioria absoluta, tendo 15 membros eleitos e quatro presidentes de junta, seguido pelo PS e PSD (oito eleitos e um presidente de junta cada), a CDU e o BE (três eleitos cada) e o PAN e o Chega (um eleito cada).
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.